No começo, o que impressionava eram os cenográficos elevadores modernos montados sobre o velho prédio. Hoje, depois do acréscimo maravilhoso de Jean Nouvel, inaugurado em 2005 (tema da foto acima), o lugar ficou extraordinário. O forte continua sendo a vigorosa pintura espanhola do século XX, mas há também sempre exposições temporárias excelentes.
Ontem, quarta-feira, passeei atento pela exposição intitulada "Atlas: ¿Como llevar el mundo a cuestas?", uma montagem explicitamente inspirada em Aby Warburg, explorando os múltiplos sentidos da imagem de Atlas. O titã que, junto com seu irmão Prometeu, quis roubar os conhecimentos dos deuses e dá-los aos homens, teria sido condenado a carregar o peso da abóboda celeste nas costas. De acordo com a lenda (assim diz o prospecto da exposição), a tarefa a que foi condenado lhe fez adquirir um conhecimento insustentável e uma sabedoria desesperadora. A imagem do homem que carrega o mundo (ou o céu) nas costas, configura uma dessas "fórmulas emotivas" (pathosformelm) que tanto interessaram Warburg nas suas pesquisas sobre a cultura do Renascimento. Do mesmo modo, é uma imagem contida no próprio trabalho do historiador da arte alemão...
De todo modo, achei a exposição ótima, ainda que a justificativa geral tenha ficado um pouco "pós-moderna" demais para o meu gosto...
Um comentário:
Eu fui à exposição cheia de preconceito, pq tenho preguiça de didi que não é mocó. continuei achando o parti-pris um tanto quanto pretensioso, mas algumas obras boas, e uma delícia ver os desenhinhos do meyer shapiro, os manuscritos do burckhardt e claro, claro, os esquemas do chefão, o warburg!
queria também comprar a edição do mnemosyne, mas e o peso? afff.
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