Delhi é maior do que São Paulo. Simples assim.
E, como São Paulo, foi e é uma cidade que atrai muitos imigrantes, de todos os lados.
A primeira grande leva de imigração veio do Punjab, na época da criação do Paquistão (antigo West Punjab). A partir daí, milhões de imigrantes sem terras foram atraídos pela cidade e os seus arredores, onde tornaram-se a quase totalidade da força de trabalho destituída (the labouring poor) por aqui. Mas desde essa primeira onda nos anos 50 muitas outras se sucederam, sobretudo de trabalhadores vindos de distantes aldeias nas áreas rurais. Isso explica parte da enorme diversidade de gentes e de temporalidades que se encontra pelas ruas da cidade, que vai desde o modo pelo qual os trabalhadores carregam as coisas, as formas de vestir, até o modo como usam as vielas e lugares mais recônditos para aliviarem suas necessidades. Hábitos de camponeses que se justificam pela completa ausência de banheiros públicos.
Os serviços domésticos, em especial, são lugar exclusivo dos imigrantes e antes de mais nada das mulheres. As empregadas domésticas são algo comum por aqui, mesmo nas residências mais modestas. Alguns serviços domésticos acontecem na rua, como esta moça que encontrei passando roupa com um grande ferro à brasa, não muito distante de onde estou, em Maharani Bagh.
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